Campanha da Fraternidade e Administração Pública

Campanha pode ser vista ainda como um exemplo, de como atores não estatais organizados podem contribuir com a administração pública

Publicado em 22 de junho de 2016

Campanha da Fraternidade 2016

Rúbia Fonseca Roberto (Administradora, Mestre em Administração; Professora dos cursos de Administração e Gestão de Empresas da Univiçosa) e Lilian Edenir Fernandes Quintão (Aluna do 5º Período de Administração da Univiçosa)

O Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil (CONIC), responsável pela promoção da Campanha da Fraternidade Ecumênica, escolheu como tema para 2016 “Casa Comum, Nossa Responsabilidade”, chamando a atenção para a importância do saneamento básico, com o objetivo geral de assegurar esse direito a todas as pessoas e promover, à luz da fé, a busca por políticas públicas e atitudes responsáveis que garantam a integridade e o futuro da nossa Casa Comum, conforme destaca o documento do CONIC, de 2015, em sua página 3.

Segundo o Conselho, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil e a Coordenadoria Ecumênica de Serviço estão analisando projetos relacionados ao saneamento básico, para financiamentos, com recursos do Fundo Ecumênico de Solidariedade. Foram inscritos projetos de grupos organizados, associações, pastorais, igrejas locais e entidades de apoio a movimentos sociais. O objetivo não é o financiamento de obras de saneamento em si, que são responsabilidades do Estado, mas gerar conhecimento e criar mobilização que ajude as comunidades a superar dificuldades nesse campo, que vão desde a fragilidade até, em alguns lugares, a ausência dos serviços de saneamento básico.

Pode-se dizer que a Campanha da Fraternidade Ecumênica 2016 é uma política pública? Se considerarmos a abordagem multicêntrica, defendida por Leonardo Secchi, no livro “Políticas Públicas: conceitos, esquemas de análise, casos práticos” São Paulo, Editora Cengage Learning, 2011), a resposta é sim: também fazem políticas públicas as organizações privadas, organizações não governamentais e sociedade civil organizada, quando em parceria com atores estatais empenham ações organizadas e intencionais, que visam ao enfrentamento de um problema público.

A Campanha pode ser vista ainda como um exemplo, de como atores não estatais organizados podem contribuir com a administração pública, na promoção de informação à população, sugestão de projetos, incentivo ao debate, fiscalização e cobrança, por parte do cidadão, para que o Estado cumpra seu papel de promotor dos serviços essenciais.