Mês de conscientização da Doença Celíaca

Maio foi escolhido para representar o Mês de Conscientização da Doença Celíaca, sendo o terceiro domingo a data oficial.

Publicado em 13 de maio de 2016

Ana Cristina Rocha Espeschit: Nutricionista, Mestre e Doutora em Nutrição. Professora do Curso de Nutrição da Univiçosa

Maio foi escolhido para representar o Mês de Conscientização da Doença Celíaca, sendo o terceiro domingo a data oficial. Segundo o Ministério da Saúde cerca de 1 milhão de brasileiros possuem a enfermidade, sendo que a maior parte deste número ainda não possui o diagnóstico.

A Doença Celíaca (DC) é um processo inflamatório crônico que ocorre em indivíduos geneticamente predispostos e afeta o sistema imunológico. É causada por uma reação do corpo à gliadina (proteína que está presente no trigo) e proteínas semelhantes presentes na cevada, centeio e malte. A manifestação pode acontecer em qualquer fase da vida, com ou sem apresentação de sintomas, característica que dificulta a descoberta. Os sintomas incluem distensão e dor abdominal, obstipação, diarreias, dermatite, osteoporose, atraso do desenvolvimento fisiológico (em crianças) e anemia.

Quando o celíaco ingere o glúten seu sistema imunológico reage contra a proteína levando a uma reação inflamatória que causa uma atrofia das microvilosidades do intestino. Consequentemente, desenvolve-se um quadro de má-absorção e deficiências nutricionais.

Até então, o único tratamento indicado para a DC é a exclusão total do trigo, centeio, cevada, malte e aveia da alimentação. Retirando todos os alimentos que contém glúten, o prognóstico da doença celíaca é excelente. Porém, os celíacos enfrentam um grande desafio com a chamada “contaminação cruzada”. A contaminação ocorre quando traços ou partículas de glúten são transferidos diretamente ou indiretamente para o alimento. O problema pode ocorrer em várias fases da industrialização desde o plantio e colheita dos grãos – e até por meio de utensílios, no processo de preparo.

Para facilitar a nutrição do celíaco, em 2008 o CODEX ALIMENTARIUS determinou que sejam informados nos rótulos dos produtos brasileiros os dizeres de “Contém glúten” ou “Não contém glúten”. Mesmo assim, é preciso ficar atento a alimentos que possam conter "traços de glúten" e levar ao paciente a um quadro de contaminação, com consequente desencadeamento dos sintomas da doença.