Parques lineares nas cidades

A proposta é marcada por uma intervenção urbanística associada a cursos d’água, principalmente aqueles presentes nos espaços urbanos

Publicado em 10 de outubro de 2016

Foto: MorgueFile

Karine de Almeida Paula: Geógrafa, Mestre em Arquitetura e Urbanismo. Professora nos cursos de Engenharia Ambiental e Gestão Ambiental da Univiçosa

De acordo com a Legislação Ambiental Brasileira são consideradas Áreas de Proteção Permanentes (APPs) os fundos de vale e o entorno dos cursos d’água, e dessa maneira, não deveriam ser locais edificáveis. No entanto, como bem retrata o cenário de várias cidades, o modelo de ocupação nas áreas urbanas acaba por não respeitar a lei colocada. Trata-se de áreas irregulares e sujeitas a diversos riscos ambientais.

Neste sentido, uma das alternativas propostas afim de cuidar e manter os cursos d’água remanescentes nas cidades de maneira sustentável seria a implantação de parques lineares. A proposta é marcada por uma intervenção urbanística associada a cursos d’água, principalmente aqueles presentes nos espaços urbanos, e tem como objetivo principal proteger e recuperar o ecossistema ligado aos corpos d’água. Objetiva-se também, conectar áreas verdes e espaços públicos, controlar enchentes e propiciar áreas verdes voltadas a atividades culturais e de lazer.

Num contexto de lazer, os parques lineares podem incluir equipamentos, projetos de educação ambiental, trilhas ecológicas, fontes, quiosques e praças. No entanto, vale ressaltar que o objeto principal é o curso d’água remanescente. Dessa forma, os parques lineares podem ser classificados como áreas contínuas destinadas tanto à preservação quanto à conservação de recursos naturais em áreas urbanizadas.