Viver em áreas poluídas amplia risco de entupimento de artérias

O objeto de estudo dos pesquisadores foram os materiais particulados, que em inglês são conhecidos pela sigla PM (Particulate Matter)

Publicado em 13 de julho de 2016

Poluição entope artérias (Foto: MorgueFile)

Svetlana Fialho Soria Galvarro: Engenheira Agrícola e Ambiental, Mestre em Engenharia Agrícola. Professora dos cursos de Engenharia Ambiental e Engenharia Química da Univiçosa

A poluição do ar pode provocar problemas de saúde em pessoas que vivem em cidades poluídas. Essa é a conclusão de um estudo realizado em cidades com qualidade do ar duvidosa, apontando que os problemas estão relacionados especificamente com o Acidente Vascular Cerebral (AVC), devido ao entupimento das artérias. Pesquisadores do Centro Médico Langone, em Nova York (Estados Unidos), estudaram registros com mais de 300 mil pessoas que vivem em Nova York, Nova Jersey e Connecticut.

Com essa pesquisa, descobriram que pessoas que vivem em áreas poluídas estão mais susceptíveis ao entupimento das artérias carótidas do que as pessoas que vivem em regiões menos poluídas. O estudo foi realizado entre 2003 e 2008, com o auxílio dos índices de poluentes fornecidos pela Agência de Proteção Ambiental (EPA).

O objeto de estudo dos pesquisadores foram os materiais particulados, que em inglês são conhecidos pela sigla PM (Particulate Matter). Os PM podem ser provenientes de fontes tanto naturais quanto antropogênicas, sendo uma dessas fontes naturais os vulcões, por exemplo. Já as principais fontes antropogênicas de material particulado (PM) são a queima de combustíveis fósseis em motores de combustão interna de veículos.

Os chamados PM são uma mistura de substâncias muito pequenas que podem ser de materiais como ácidos, sulfatos, nitratos, poeira, dentre outros. Esse material particulado pode ser dividido em 2 classes, sendo elas os PM2,5 — constituídos por partículas cujo tamanho chega até 2,5 micrômetros — e PM10 —partículas de tamanho entre 2,5 e 10 micrômetros.

No caso específico dessa pesquisa realizada em Nova York, o objeto de estudo foram apenas os PM2,5, provenientes de processos industriais, veículos e combustão de biomassa. É justamente devido ao seu tamanho reduzido que os PM2,5  são facilmente inaláveis e, com o passar dos anos, acumulam no organismo podendo causar o AVC, decorrente do entupimento das veias.

Segundo Jonathan Newman, cardiologista que comandou a pesquisa científica, ainda não é possível estabelecer a influência direta da poluição, mas o estudo sugere que a redução dos níveis de contaminação do ar influencia na queda da incidência de problemas nas artérias carótidas e, consequentemente, possíveis episódios de AVC.