Palestra aborda crimes ambientais na Mata Altântica

Presentes o Diretor Geral, o Diretor Acadêmico, professores e diversos acadêmicos de graduação e pós-graduação em Perícia e Certificação Ambiental

Publicado em 23 de setembro de 2016

Nesta quinta-feira (22) o UniNea (Núcleo de Educação Ambiental da Univiçosa), promoveu na Unidade 2, mais uma atividade de Conscientização Ambiental para alunos e professores da instituição. A palestra “Crimes Ambientais no Bioma Mata Atlântica” foi ministrada pelos professores João Luiz Lani (Universidade Federal de Viçosa/UFV) e Horácio Tostes (Univiçosa e Defensor Público).

Presentes o Diretor Geral, Evaldo Zeferino; o Diretor Acadêmico, Per Christian Braathen; os professores Marcelo Caio Libanio, Ana Cláudia Silva e Fraikson Cleiton Fuscaldi Gomes; e diversos acadêmicos de graduação e pós-graduação em Perícia e Certificação Ambiental.

O João Lani iniciou a apresentação caracterizando filosoficamente a fala ao dizer que se baseava em dois grandes mestres: Jesus Cristo e Sócrates. Em Jesus Cristo porque em uma das passagens da Bíblia curou dez leprosos e que isso o remete a uma reflexão: “10 é um número que consideramos máximo em nossas avaliações e os portadores de Hanseníase (leprosos) são aqueles que perderam a sensibilidade. E Jesus os curou com um milagre”. Fazendo analogia a insensibilidade diante do desastre ambiental para o qual caminhamos sem a devida percepção da situação e sem a construção de soluções. E Sócrates, por ser o filósofo que na Grécia antiga, no século IV a.C., foi creditado por seu discípulo Platão como o responsável por levar a filosofia em uma direção mais ética e política.

Após apresentou o Bioma Mata Atlântica como altamente degradado, desde os tempos do descobrimento do Brasil e, devido à insensibilidade da sociedade como um todo, não se cria soluções práticas para a solução do problema. Destacou que as instituições de ensino precisam sair da sala de aula e praticarem o que ensinam. Ressaltou a importância das bacias hidrográficas como unidade de planejamento e análise e a vocação regional para as práticas agrosilvopastoris e uma a ocupação ordenada do território com soluções locais, sem a importação de modelos externos.

Enquanto Horácio Tostes colocou a sua experiência como Defensor Público sobre questões relacionadas à Legislação Ambiental, apontando as grandes contradições e as dificuldades dos legisladores em criar as leis que supostamente estariam a serviço da proteção do bioma tão ameaçado. Também ressaltou a pouca flexibilidade da legislação em lidar com cerca de 90% de pequenas propriedades da agricultura familiar com uma prática de agricultura artesanal que compõem a estratificação fundiária da Zona da Mata, responsáveis pela produção de alimentos do país, com um trabalho de sol a sol, de domingo a domingo, sendo transformados em criminosos pela aplicação da lei. “É uma humilhação esses agricultores serem tratados, via denúncia de vizinhos, como infratores com grande desconhecimento dessa legislação não aliada a nenhum processo de Educação Ambiental e de planejamento das propriedades rurais”.

Após a palestra foi aberto o debate com a participação de todos os presentes.

O UniNEA foi convidado, por João Lani, a uma visita ao NEPUT (Núcleo de Estudo de Planejamento e Uso da Terra/UFV) visando conhecer as novas metodologias desenvolvidas e voltadas à Educação Ambiental. Também a formar uma parceria para a implantação das metodologias dentro da Univiçosa, através de ações que tragam mudanças e novas perspectivas de desenvolvimento. “Sentimo-nos muito honrados e motivados com essa nova perspectiva de parceria com o NEPUT, criando novas perspectivas de projetos e programas ambientais”, finalizou Sandra A. Saraiva Guimarães Libanio, Coordenadora do Núcleo de Educação Ambiental da Univiçosa.