Microcefalia: a importância da intervenção precoce

A microcefalia é uma má-formação cerebral, faz com que o crânio não se desenvolva normalmente.

Publicado em 02 de junho de 2016

Foto: MorgueFile

Andréia Kely R. C. de Almeida: Professora de Neuropediatria do curso de Fisioterapia da Univiçosa

A microcefalia é uma má-formação cerebral, faz com que o crânio não se desenvolva normalmente. Crianças afetadas nascem com a circunferência da cabeça menor que 33 cm e o pior, compromete o desenvolvimento causando dificuldades cognitivas, motoras e de aprendizado.

O aumento considerável do número de casos fez com que novos estudos fossem propostos e, em 2016, o vírus Zika se tornou o principal responsável pela doença. No Brasil foram confirmados mais de 1198 casos de microcefalia de janeiro a abril desse ano. A projeção é ainda pior. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a epidemia deve se alastrar praticamente por todo continente americano.

A intervenção precoce deve ser realizada por uma equipe interdisciplinar constituída por Médico, Fisioterapeuta, Terapeuta Ocupacional, Fonoaudiólogo, Psicólogo e Assistente Social sendo iniciado imediatamente após o diagnóstico.

Sabe-se que nos primeiros anos de vida ocorre o processo de maturação do sistema nervoso central, sendo esta a fase ótima da plasticidade neuronal. Tanto a plasticidade quanto a maturação dependem da estimulação que se iniciada nos primeiros meses de vida, garante-se a melhor qualidade de vida e uma maior chance para que essa criança adquira os marcos fundamentais do desenvolvimento neuropsicomotor.

O Fisioterapeuta em sua formação básica possui conhecimento para realizar o tratamento de crianças com microcefalia que engloba as disfunções primárias, minimizar as secundárias e prevenir deformidades utilizando, dentre várias técnicas, a estimulação precoce. O cuidador também está envolvido neste processo de reabilitação ao receber orientações e aprendizado de como lidar com este recém-nascido.