As eleições americanas e o Brasil

Os Estados Unidos estão em pleno período eleitoral, infelizmente os debates entre os dois principais candidatos Hillary Clinton (Democrata) e Donald Trump (Republicano) não têm se mantido no nível que esperávamos

Publicado em 31 de outubro de 2016

Foto: MorgueFile

Jansen Cardoso Pereira: Administrador e Mestre em Economia Doméstica. Professor dos cursos de Administração e Gestão de Empresas da Univiçosa

Os Estados Unidos estão em pleno período eleitoral, infelizmente os debates entre os dois principais candidatos Hillary Clinton (Democrata) e Donald Trump (Republicano) não têm se mantido no nível que esperávamos, eles têm partido para os ataques pessoais e denúncias de todos os lados.

Gostaríamos presenciar os debates sobre as políticas externas, pois nos afeta muito todas as decisões comerciais da maior economia do mundo.

O partido da candidata Hillary Clinton, o Democrata tem uma abertura maior para o multilateralismo, portanto favorece o Brasil na participação nos organismos internacionais, mas não é muito favorável aos acordos bilaterais comerciais.

Por outro lado, tradicionalmente o partido Republicano do candidato Donal Trump tende a ser mais aberto ao comércio exterior fazendo menos pressão pelo protecionismo e apoiam os acordos bilaterais. Mas, o discurso do Trump tem preocupado os países latino-americanos uma vez que ele vem dizendo que protegerá os empregos dos americanos, portanto dificultando todos estes acordos. Prova disso são as suas críticas ao NAFTA (Tratado Norte-americano de Livre Comércio) onde há um acordo comercial entre EUA, Canadá e México.

A parceria Transpacífica, acordo que envolve 11 (onze) países, ficará para ser discutida em 2017, uma vez que os dois candidatos têm fugido do tema e aparentemente são contrários ao acordo. Caso esta parceria se confirme o Brasil ficará ainda mais isolado comercialmente.

Outro ponto que preocupa são os pronunciamentos de Trump sobre a deportação dos imigrantes ilegais, que segundo o governo brasileiro são cerca de 730 mil.

O Brasil tem ficado à margem dos debates. Hillary Clinton citou o nosso país quando fez referência aos governos das mulheres na América Latina, como Chile, Argentina, Panamá e Costa Rica. Já Donald Trump cita o Brasil como sendo um dos países que tiram vantagens dos EUA.

Mas devido à crise financeira e política que vivemos, os dois principais candidatos têm evitado citar o Brasil nos seus pronunciamentos.

Qualquer que seja o vitorioso na complicada eleição americana, o Brasil pode esperar tempos difíceis de relações comerciais, pois como diz o ditado “farinha pouca, meu pirão primeiro”.