As eleições e as mídias sociais

O Brasil possui atualmente 236 milhões de telefones celulares habilitados, portanto a internet é a grande fonte de informação que tem potencial para decidir a formação da opinião pública

Publicado em 21 de setembro de 2018

Foto: Freepik

Jansen Cardoso Pereira: Administrador, Mestre em Econômica Doméstica. Professor dos cursos de Administração e Gestão de Empresas da Univiçosa

Uma pesquisa realizada pela Ideia Big Data e pela Bites, que entrevistou 1482 pessoas, como uma amostra estratificada em todo país pela classe social, gênero, faixa etária e região, demonstrou que as redes sociais influenciarão a decisão de 43,4% dos brasileiros maiores de 18 anos que tem acesso a partir dos smartphones.

Desses entrevistados, 59,5% usarão as publicações nas redes sociais de seus candidatos para se informarem. O Facebook tem o maior peso com 58,5%, seguido pelo Youtube 13,2%, Instagram 11,52%, Twiter 8,9%, Whatsapp 4,58% e Linkedin 3,2%.

O Brasil possui atualmente 236 milhões de telefones celulares habilitados, portanto a internet é a grande fonte de informação que tem potencial para decidir a formação da opinião pública.

Como é algo novo tem sido alvo de muitas discussões sobre a influência das mídias sociais no resultado das eleições. Como vimos nos EUA, na eleição do Trump, nem o partido Democrata, nem os institutos de pesquisa deram importância a este canal de comunicação e erraram feio. Com base nisso os candidatos, na eleição brasileira, têm investido nas mídias sociais.

Um grande erro que se comete é de achar que esta modalidade é apenas para reproduzir os conteúdos e informações formatadas para as mídias tradicionais como jornal e TV. A mídia social necessita de uma linguagem própria de marketing de conteúdo e uma aproximação do candidato com seu eleitor, quase que de forma individual. Uma das táticas mais usadas nesta mídia é a divulgação de conteúdos que representam o medo dos eleitores perante a atual conjuntura do país e que os seus concorrentes falam sobre o assunto. Por exemplo, se neste momento a nossa principal preocupação é a segurança pública, os posts direcionados ao eleitor terão sempre um dado, uma informação que o influencie a achar que o referido candidato saberá resolver este problema. O grande problema é que muitas vezes utilizam de dados falsos, incompletos, as chamadas “fake news” para tentar convencer este eleitor das suas propostas.

Infelizmente não temos visto nas publicações das mídias sociais os candidatos preocupados em divulgar seus programas de governo e suas intenções para um Brasil melhor. O que temos são seguidores compartilhando informações sem checar a fonte e discutindo com todos que se opõe às suas ideias.

Com certeza temos muito a aprender com esta nova forma de fazer política, que veio para ficar e se tornar no canal mais importante de influência nos votos para as eleições futuras.