Estações de tratamento geram grande quantidade de lodo e a destinação final do mesmo pode ser otimizado quando se realiza a integração com os resíduos sólidos urbanos
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Svetlana Fialho Soria Galvarro: Engenheira Agrícola e Ambiental, Doutora em Engenharia Agrícola. Professora dos cursos de Engenharia Ambiental e Engenharia Química da Univiçosa.
Resíduos também são gerados por meio do tratamento de água e efluente (ETA e ETE) com produtos químicos. Caso esses resíduos sejam dispostos nos cursos d´água sem prévio tratamento, podem causar grandes impactos negativos.
A Lei nº 12.305/10 (Política Nacional de Resíduos Sólidos – PNRS) traz a definição de resíduos sólidos como: “materiais, substâncias, objeto ou bem descartado resultante de atividades humanas em sociedade, a cuja destinação final se procede, se propõe proceder ou se está obrigado a proceder, nos estados sólido ou semissólido, bem como gases contidos em recipientes e líquidos cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede pública de esgotos ou em corpos d’água”.
Dessa forma, o problema gerado por meio dos resíduos da ETA e ETE é uma questão importante para as instituições responsáveis pelos sistemas de abastecimento de água, na procura de disposição adequada para atender à legislação vigente.
O lodo sanitário é um dos principais produtos decorrentes do tratamento de esgotos. Estações de tratamento geram grande quantidade de lodo e a destinação final do mesmo pode ser otimizado quando se realiza a integração com os resíduos sólidos urbanos. O lodo possui grande poder calorífico e, por isso mesmo, alto potencial de aproveitamento energético, podendo ainda ser utilizado no coprocessamento que consiste na tecnologia que utiliza resíduos sólidos nas etapas de produção de cimento. Mas no Brasil, esse uso ainda não é difundido, sendo o material destinado aos aterros sanitários.
Outros exemplos de processos de cogeração de energia, além do coprocessamento, seria o uso do gás metano em termoelétricas, sendo esse gás decorrente dos biodigestores alimentados com lodo. Por meio desses processos, além do aproveitamento energético de um subproduto, propiciaria o uso mais racional das áreas destinadas a aterros sanitários.