Plástico: os mais novos condutores de calor e eletricidade

A tecnologia de materiais tem avançado significativamente e o resultado são produtos cada vez mais inovadores e multifuncionais

Publicado em 16 de agosto de 2016

Foto: MorgueFile

Svetlana Fialho Soria Galvarro: Engenheira Agrícola e Ambiental, Mestre em Engenharia Agrícola. Professora dos cursos de Engenharia Ambiental e Engenharia Química da Univiçosa

Aquele conceito inicial que aprendemos nos livros da escola de que somente os metais são bons condutores de calor e eletricidade está ficando ultrapassado. Isso porque o plástico, isso mesmo: o plástico, é o mais novo condutor de calor e eletricidade, se juntando aos metais. Como isso aconteceu?

Cientistas da Universidade de Michigan, nos Estados Unidos, criaram um material que pode mudar definitivamente a forma com a qual os engenheiros olham para o plástico. Com essa nova criação, agora os profissionais poderão incluir, juntamente com os metais, o plástico em processos de condução de calor e eletricidade. Isso irá propiciar melhor dissipação da energia gerada no interior de equipamentos eletrônicos nos quais esse “novo” plástico for utilizado, além de viabilizar a confecção de dissipadores finos e flexíveis destinados a veículos e equipamentos industriais.

O plástico condutor de calor é resultado de uma mistura de polímeros, cujas moléculas se unem de modo a formar uma rede, uma estrutura interna que tem a propriedade de permitir a passagem de energia. Mais tecnicamente, essa equipe dos Estados Unidos encontrou uma maneira de ligar fortemente extensas cadeias de polímeros que tem o nome de PAA (ácido poliacrílico) com cadeias curtas de outro plástico, o PAP (piperidina poliacrílica) e foi essa mistura que resultou nesse plástico com essas propriedades inovadoras para esse tipo de material. E a partir de agora, também poderemos dizer que plástico conduz energia.

Há alguns anos, Alan Mac Diarmid, Alan Heeger e Hideki Shirakawa inventaram um plástico que tem a propriedade de conduzir eletricidade, o que foi totalmente inovador, fantástico e que pode viabilizar a incorporação do plástico a Eletrônica Orgânica, como principais materiais. Esse plástico condutor de eletricidade recebeu o nome de polianilina "dopada", devido a presença de elementos que foram acrescidos à sua estrutura molecular, num mecanismo chamado de dopagem, amplamente usado para confecção de componentes eletrônicos.

A tecnologia de materiais tem avançado significativamente e o resultado são produtos cada vez mais inovadores e multifuncionais.