Farmácia Oncológica um promissor nicho de mercado

Publicado em 28 de maio de 2013

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Ricardo Antônio Zatti*

O aumento no número de novos casos de câncer e a utilização de sistemas quimioterápicos complexos têm requerido maior participação do farmacêutico na manipulação de medicamentos oncológicos. Esses medicamentos não são manipulados em farmácias convencionais. É necessária a manipulação em Farmácias Oncológicas, que apresentam a infraestrutura necessária para atender as necessidades técnicas e sanitárias relacionadas a estes tipos de fármacos.

As Farmácias Oncológicas podem ser independentes ou estarem instaladas em hospitais e clínicas que prestam assistência a pacientes com câncer. São estabelecimentos responsáveis pela manipulação dos medicamentos oncológicos utilizados em quimioterapia e radioterapia, além de dispensarem medicamentos oncológicos que são administrados por via oral.

Atualmente, observa-se que nos grandes centros urbanos e nas cidades de médio porte tem aumento o número de estabelecimentos farmacêuticos que atuam com oncologia. Na mesma direção, o mercado de trabalho está bastante promissor para os farmacêuticos oncológicos, que são profissionais graduados em Farmácia com pós-graduação em Oncologia. Há uma demanda muito grande por farmacêuticos qualificados na área. Além do curso de pós-graduação, para obter boa inserção no segmento de Farmácia Oncológica, o farmacêutico deverá realizar uma prova de título promovida pela Sociedade Brasileira de Farmacêuticos Oncológicos (SOBRAFO).

A Farmácia Oncológica, que na última década, se tornou uma especialidade farmacêutica, experimenta um importante processo de expansão. Esse novo cenário é resultado da Portaria 3535 do Ministério da Saúde, que determinou que todo serviço de alta complexidade no tratamento do câncer deve contar com um farmacêutico, e da Resolução 288 do Conselho Federal de Farmácia, que estabelece como atividade exclusiva de farmacêuticos a manipulação de medicamentos citotóxicos.

O Farmacêutico Oncológico está inserido de maneira definitiva nos centros de quimioterapia. Além da manipulação de medicamentos oncológicos, os farmacêuticos exercem atividades de farmacoeconomia, farmacovigilância e assistência aos pacientes oncológicos. O farmacêutico pode também acompanhar o desenvolvimento do tratamento do paciente junto à equipe médica para avaliar a resposta terapêutica dos quimioterápicos e dos medicamentos adjuvantes, como os anti-eméticos, antidiarréicos e analgésicos.

Os quimioterápicos são medicamentos que evoluem, a cada dia, de tal forma que as reações adversas já não são tão agressivas aos pacientes como antigamente. Isto se deve ao empenho de farmacêuticos oncológicos que participam de pesquisas clínicas na terapia do câncer associadas a indústrias farmacêuticas.

* Farmacêutico, Mestre em Ciências Farmacêuticas. Gestor do Curso de Farmácia da Univiçosa/Esuv