Professora e aluno da Univiçosa publicam artigo sobre sonhos, Umbanda e psicologia junguiana na revista Sacrilegens

Periódico classificado como Qualis A3 pela CAPES. A pesquisa aprofunda o diálogo entre a espiritualidade afro-indígena brasileira e os conceitos da psicologia de Carl Gustav Jung, com foco especial nos sonhos como vias de cura e transformação subjetiva.

Publicado em 17 de setembro de 2025

O artigo é fruto de uma análise crítica e sensível da obra Terreiro de Caboclo, de Pai Luiz Felipe Stevanim, sacerdote da Umbanda, complementada por entrevistas realizadas com o próprio autor. A partir dessa base, os professores investigam como os sonhos são compreendidos e utilizados tanto na tradição umbandista quanto na psicologia junguiana — destacando pontos de convergência e divergência entre esses dois campos do saber.

Na Umbanda, os sonhos são vistos como canais de comunicação com os ancestrais e com as forças da natureza, carregando mensagens espirituais, simbólicas e terapêuticas. Já para Jung, os sonhos revelam conteúdos do inconsciente por meio de símbolos, contribuindo para o processo de individuação e integração da psique.

A publicação reforça o valor do diálogo entre ciência e espiritualidade, mostrando como os saberes tradicionais das religiões afro-indígenas podem se aliar à psicologia para oferecer caminhos de autoconhecimento, cura e reconexão com a ancestralidade. Além disso, o estudo destaca o potencial dos sonhos como recursos simbólicos profundos, que permitem o contato com o Self e favorecem o desenvolvimento integral do ser humano.

Segundo os autores, a interseção entre esses campos, psicologia e religião, abre novas possibilidades para uma abordagem mais humana, simbólica e culturalmente enraizada da saúde mental, especialmente em contextos brasileiros.